Dia 18 de janeiro de 2021, um dia após a aplicação da primeira dose de vacina contra o COVID – 19 em solo brasileiro em enfermeira resiliente, verdadeira guerreira na linha de frente do enfrentamento da doença, manifesto meu apoio irrestrito e incondicional à necessária e imprescindível vacinação da nossa população.
Tomar a vacina se e quando disponível é um ato de amor ao próximo, de conexão com a vida, não com a vida individualizada e egoísta, mas com a vida civilizada, que se comunica e se aproxima por sentimento de carinho e afeto ao outro.
A ciência é a expressão matemática da arte. É o reflexo da divindade no intelecto. Sua compreensão é para poucos, dotados, como os artistas, de um dom que a muitos encanta, mas que a tantos incomoda.
Ciência, arte, espírito, transformam a matéria no indelével, transportam nossos corações para o futuro e reduzem as desigualdades que são muitas.
Eu, como cada um de vocês, provavelmente, senti e sinto falta de ar constante nos últimos tempos. O mal retira do ar as suas propriedades e faz com que percamos o foco e a perseverança na defesa dos princípios que, em sociedade, democraticamente construímos e acreditamos.
Sinto a falta de ar aqui, presente, como sinto a falta de ar dos nossos irmãos amazonenses. Choro com cada um deles que perdeu um ente querido para o desrespeito, o despropósito, a corrupção material e de espírito, insólita e inacreditável situação de querer e não conseguir respirar.
Já basta! Há falta de tudo no nosso Brasil. Falta de moradia digna, falta de esgoto, falta de estrada, falta de luz, falta de segurança e agora, passados tantos anos da nossa independência, estamos perdendo nossos irmãos pela falta de ar.
É chegada a ora de nos levantarmos, em uma só voz, queremos e exigimos um governo coeso e decente, que se paute e aja com amor ao próximo, com compaixão, com base em princípios éticos, com respeito à ciência, educação, à arte, ao direito à informação adequada, à aceitação de que nosso povo é diverso, desigual e que o trate com respeito e consideração.
Nos falta ar, não nos falta votar em cédulas de papel ou dobraduras. Chega de desventuras! Bem-aventurados são todos aqueles que, de coração e mente aberta, perceberão que não há outra batalha a ser guerreada que não seja pela vida e pela dignidade humana.
Roberto Carlos Keppler
